segunda-feira, 1 de setembro de 2008

O rato apóstolo

Olá amigos...o que vou relatar aqui é o testemunho mais bizarro, porém verídico no âmago dos fatos. Após sucessivos acidentes de moto meu joelho ficou quase paralisado. Meu último acidente teve a ver com um singelo bibelô de quintal...chamado poodle. Você deve imaginar a criaturinha... daqueles que usam perfume, tem os dentes escovados; como escovados são seu sedosos pêlos lavados com xampú. Vinha eu de moto com todo prazer característico de quem sente o vento forte no rosto e o cabelo esvoaçante e ainda a sensação de liberdade que só quem anda de moto sabe como é. Passava por uma rua, quando o mencionado cãozinho usando suas botinhas de tricô feitas com muito esmero pelo seu dono, atravessa a rua eufórico no dado momento em que o portão que o privava de liberdade foi aberto para que seu dono entrasse com o carro na garagem. É nesse exato momento que o destino conspira contra a paz de um ser humano. O tal cãozinho adornado atravessa no instante em que vinha eu passando de moto...quando vi aquele pom-pom se mexendo...Ohhhh!!...eu não vou esmagar essa coisinha. E numa fração de segundos apertei o freio da frente da moto de tal maneira que vim a capotar(tentando salvar o bicho esperando algum mérito por isso). Ali no chão em meio ao sangue e aos pedacinhos de carne que deixei no asfalto, tive aquela visão do cãozinho quase que sorrindo para mim num tom irônico...e o dono do mimoso cãozinho ao socorrê-lo, esqueceu que ali jazia um corpo no asfalto. Isso me lembra a mãe de uma namorada que eu tive. Ela tinha daqueles cachorros tipo Highlander(piquenês)...que vive 100 anos. Entretanto, quando minha ex-quase-sogra chegava em casa e eu ali...minha presença era um espectro...quase imperceptível aos copiosos mimos da dona no seu cãozinho. Para mim, sobrava-me apenas um “bom dia” entre os dentes.
Voltando aos efeitos colaterais do acidente, além do prejuízo de perder pela quarta vez calça, camisa e sapato...tive que me adaptar mais uma vez à prisão da convalescência e, em repouso esperar minha recuperação. Lembra no começo deste post...o fato bizarro? Pois é, vou relatar.
Estar em casa de repouso é angustiante. Eu ali, mancando...e com medo de segurar uma seqüela em razão dos meus sucessivos acidentes tendo em comum meu joelho direito atingido todas as vezes. Nesses dias, tedioso...resolvi entrar na internet...com a perna esticada por baixo da mesa relaxado e distraindo-me no mundo virtual. Quando de repente, senti como algo subindo na minha perna machucada...tive uma reação violenta em se tratando de um rato, o que na verdade era. A reação violenta foi dobrar completamente minha perna que a um mês não se movia e um estalo agudo soou. Senti muita dor...mas foi algo que rapidamente passou. Batizei aquele bichinho de “rato apóstolo”...ou “Rato Hagin ”. Isso mesmo!!!...o rato me curou!!!*rs...diferente dos ratos que acumulam títulos e arrogam para si a alcunha de apóstolos, paipóstolos e afins...esse rato que me curou tinha unção! Não usava terno e nem tinha um carrão na garagem de uma casa ostentosa fruto da sua resignação em usar a maldição e o inferno como ameaça aos pobres que lotam as igrejas desesperados acreditando que benção se compra. Esse ratinho nem ta aí para a vanguarda da revelação. Não se embriagou com a exuberância de suas próprias palavras, ainda que falasse, não tinha nenhuma vaidade. Era apenas um rato num dia atípico. Esse rato que me curou é diferente dos ratos apóstolos que transformam a igreja hoje numa empresa, o púlpito num balcão, o templo numa praça de barganha, o evangelho num produto de consumo e os crentes em consumidores. Era só um camundonguinho curioso usado por Deus.
Que historinha que mais parece estória heinnn amigos...???*rs...
Que Deus tenha piedade de mim...daqueles que, por carência ou doideira mesmo, personificam um cãozinho, e dessa forma dão todo potencial de amor e cuidado a um animal do que a um próximo abandonado de todos. Que Deus tenha piedade daqueles, que movidos pela volúpia do poder se encantam com títulos e fazem do sucesso uma filosofia ministerial. Que fazem do chamado de Deus um trampolim de promoção pessoal e se distanciam dos pastores simples, dos missionários sem glamour, das mulheres que oram nos círculos de oração e dos santos homens que os precederam e que não conheceram as tentações dos megaeventos, do culto espetáculo e da vanglória da fama. Enfim, misericórdia a todos...

Um abraço carinhoso aos pacientes leitores...

Por Márcio

Um comentário:

Anônimo disse...

Com certeza agora vc não tem, se é que tinha, medo de rato mais! Rs...